domingo, 21 de novembro de 2010

Pra não dizer que não falei das flores.

O post do meu amigo Daniel, sobre a bela musica do Chico Buarque sobre a revolução dos cravos, me lembrou a bela musica de Geraldo Vandré “Pra não dizer que não falei das flores”, que virou de certa forma, um símbolo contra a ditadura militar brasileira.

Esta musica, ficou em segundo lugar no Festival Internacional da Canção de 1968, (perdendo o titulo para a musica “Sabiá”, de Tom Jobim e Chico Buarque), foi proibida durante anos pela ditadura militar brasileira, que julgava a musica ofensiva ao governo, principalmente nos versos:


Há soldados armados, amados ou não.
Quase todos perdidos de armas na mão.
Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição.
De morrer pela pátria e viver sem razão.    


Imagina a raiva dos militares ao ouvir esta musica não?

A primeira artista que interpretou a canção após o período que ela esteve censurada, foi Simone, em 1979.

O duplo sentido no titulo da um ar de ironia na musica, pois ele não falaria apenas da situação social que vivia o Brasil, mas alem disso tudo, falaria das flores, uma forma sutil de alfinetar a censura da liberdade de expressão vivida no Brasil.

Com rimas fáceis, de fácil memorização, ela era cantada nas ruas, quase que virando um  hino, conhecido atualmente no país todo, e transformado pelo povo brasileiro em um símbolo de luta contra a ditadura.


Letra Completa:

Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Nas escolas nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantado e seguindo a canção

REFRÃO

Vem vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer (2x)

Pelos campos a fome em grandes plantações

Pelas ruas marchando indecisos cordões
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo o canhão

REFRÃO

Vem vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer (2x)

Há soldados armados, amados ou não

Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição:
De morrer pela pátria e viver sem razão

REFRÃO

Vem vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer (2x)

Nas escolas, nas ruas, campos, construções

Somos todos soldados, armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não

Os amores na mente, as flores no chão

A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição

REFRÃO

Vem vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer (3x)


Autor: João Misael

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