quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Pensamentos de José Saramago (1922 - 2010)

Algumas citações do escritor português ganhador do Prêmio Nobel de Literatura. Comunista, Saramago foi um dos maiores intelectuais das últimas décadas.

"De que adianta falar de motivos. Às vezes basta um só, e às vezes nem juntando todos"

"Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter. Ter deve ser a pior maneira de gostar"

"O Socialismo não produziu socialistas. O Socialismo é um estado de espírito"

"É ainda possível chorar sobre as páginas de um livro, mas não se pode derramar lágrimas sobre um disco rígido"

"Aprender com a experiência dos outros é menos penoso do que aprender com a própria"

"Toda verdade instalada, mesmo aquela a que se adere, é suspeita"

"Nossa maior tragédia é não saber o que fazer com a vida"

"O que as vitórias tem de mau é que não são definitivas. O que as derrotas tem de bom é que também não são definitivas"


 
No silêncio dos olhos

Em que língua se diz, em que nação,
Em que outra humanidade se aprendeu
A palavra que ordene a confusão
Que neste remoinho se teceu?
Que murmúrio de vento, que dourados cantos de ave pousada em altos ramos
Dirão, em som, as coisas que, calados,
No silêncio dos olhos confessamos?


José Saramago In Os Poemas Possíveis.

domingo, 12 de dezembro de 2010

O Mundo Assombrado pelos Demônios

Consolidado como o maior divulgador da ciência por livros como "Os Dragões do Éden", "Bilhões e Bilhões" e a série de TV "Cosmos", o astrofísico Carl Sagan dedicou seu último livro a assuntos ainda hoje mal-interpretados: ciência, ceticismo e pseudo-ciência.

Sagan inicia o livro com uma verdadeira ode ao conhecimento, mostrando como funciona o método científico e que apesar de vivermos num mundo repleto de conquistas tecnológicas, ironicamente são as pseudo-ciências que são difundidas por esses meios construídos pela ciência, problema, aponta Sagan, é que hoje, mais do que nunca essas crenças são extremamente perigosas, um exemplo disso é a famosa medicina alternativa.Daí a importância de difundir o saber, cabe ao cientista divulgar sua área, para Sagan, um cientista só é completo quando ele explica seu ofício para os leigos.

O astrofísico esclarece também uma questão importante, Sagan esclarece bem o ceticismo que, não raro, é visto simplesmente como a descrença automática por si só quando o ceticismo na verdade é intrínseco à lógica científica, trata-se nada menos do que uma análise minuciosa do que é proposto, e sempre aberto ao debate, muito bem definido com a frase do autor: "Minha mente está aberta, mas não o suficiente pra que deixe cair meu cérebro".

Todo movimento secularista que se preze tem como prioridade a educação, sendo Sagan um dos autores mais lidos do humanismo secular é essa a preocupação levantada no capítulo "Os verdadeiros patriotas fazem perguntas" o qual levanta questões alarmantes sobre a educação nos EUA.Nesse capítulo Sagan levanta um importante problema: as crianças no início de sua vida escolar são cientistas em potencial, fazendo diversas perguntas, mas são de tal forma repreendidas por alguns professores que ao chegar na adolescência essa curiosidade se perdeu.

A meu ver, "O mundo assombrado pelos demonios" deveria ser leitura obrigatória em todas as ciências (exatas, humanas, biológicas, etc.), certamente que o autor usa mais o seu ramo para certos exemplos, afinal Sagan não é um polímata, mas os problemas levantados aqui podem ser encontrados em diversos campos do conhecimento além de ser também uma ótima introdução ao pensamento científico para interessados leigos.

Eis uma narração brasileira de um dos textos do livro: O Dragão na Minha Garagem

Julian Assange: criminoso sem crime


Dado o negligente silêncio da mídia brasileira formada por rabos presos, nada mais necessário do que um breve histórico sobre o assunto em questão.
WikiLeaks é um site formado por jornalistas e hackers fundado em 2006 e capitaneado pelo jornalista australiano Julian Assange, 39.Consiste em tornar público através de invasões (daí os hackers) documentos diplomáticos secretos, sobretudo no que concerne à política externa americana.Em julho desse ano o site alcançou grande visibilidade tendo publicado cerca de 250 mil documentos.

Entre essas ações governamentais não mais secretas está a informação de que o dinheiro público americano foi usado para financiar a prostituição e escravização de crianças afegãs, foi também divulgado um vídeo no qual dois jornalistas são assassinados por soldados americanos.As ações escondidas são de tamanha gravidade que se perde toda a lógica e o porquê do voto, afinal, como podemos decidir e tomarmos opiniões embasadas se estamos à mercê de um governo que age secretamente através da imoralidade e da hipocrisia?Se há alguma dúvida sobre a veracidade do WikiLeaks, basta voltarmos nossa atenção à repercussão política, que confirma os documentos revelados ao tentar impedir a liberdade de Assange.Sendo visto pelos conservadores como criminoso, há quem tenha sugerido até mesmo o seqüestro do filho de Julian Assange para pará-lo.Sarah Palin, conservadora que fracassou nas últimas eleições americanas, disse que o jornalista deve ser “caçado como Bin Laden”, de forma semelhante temos Thomas Flanagen que sugeriu que Barack Obama oferecesse uma recompensa a quem matasse Julian Assange, em contrapartida o WikiLeaks é apoiado pelo primeiro-ministro da Rússia Vladimir Putin e pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva – “o rapaz foi preso e eu não to vendo nenhum protesto em prol da liberdade de exmpressão!” disse esse último que foi o primeiro governante a prestar solidariedade com o site.

Tão lamentável quanto o conteúdo até então secreto é a intervenção política acerca do assunto.Se o governo nega informações básicas tais como o destino do dinheiro público o culpado é o governo e não quem presta o serviço de divulgação.Julian Assange tem sido tratado como terroristas, mas qual é o crime?E se há crime, a quem pertence a punição?O governo mostra um significativo dar de ombros no momento em que se preocupa mais em calar o WikiLeaks do que tentar se esclarecer com aqueles que os colocaram no poder.O governo deve trabalhar para o povo, invertida essa lógica, vira fascismo.


Entrevista com Julian Assange: http://www.ted.com/talks/lang/eng/julian_assange_why_the_world_needs_wikileaks.html

O Incrível Exército de Brancaleone


Este filme trata das aventuras do destemido, porem azarado cavaleiro Brancaleone da Nórcia e seu “exército”.

Filme italiano de 1966, é considerado um clássico, que mostra uma Europa medieval (mais especificamente a parte onde hoje é a Itália, onde se passa o filme) que vivia o trinômio: guerra, peste e fome, onde o filme consegue tratar destes eventos de uma maneira sarcástica e original.

Como todo filme que tem um contexto histórico, temos que tomar o cuidado de não pensar que filmes como este são janelinhas onde podemos ver o passado (como me disse uma vez meu professor de Idade Média). O filme é realmente fantástico por tratar destes eventos, no entanto um olhar menos analítico, podemos concluir que a idade média foi o intervalo de ignorância entre o período clássico e o período moderno.

O próprio conceito de idade média foi monumentalizado, tendo tido vários usos com o passar do tempo. O movimento romântico quis mostrar aventuras de cavaleiros destemidos e justiceiros, lutando contra bandidos, e o movimento humanista que mostrar o contrario, que foi uma idade das trevas, onde nada progredia, 1000 anos de estagnação da humanidade.

A idade media deve ser estudada sem nenhum olhar discriminatório e preconcebido, sem o "nariz torto", para que o resultado não seja tendencioso, e que se baseie apenas naquilo que foi utilizado como fonte de pesquisa, como embasamento científico.

Enfim, apesar de ser um excelente filme, temos que ter em mente a preocupação de não o colocarmos como uma grande verdade, assim como qualquer os filmes com embasamento histórico.


DETALHES SOBRE O FILME:

Fonte: http://www.65anosdecinema.pro.br/1750-O_INCRIVEL_EXERCITO_DE_BRANCALEONE_%281966%29

Ficha Técnica

Outros Títulos:

For love and gold (Estados Unidos, Reino Unido)
La armada Brancaleone (Espanha, Argentina)

Gênero:

Aventura, Comédia

Direção:

Mario Monicelli

Roteiro:

Agenore Incrocci, Furio Scarpelli

Produção:

Mario Cecchi Gori

Design Produção:

Piero Gherardi

Música Original:

Carlo Rustichelli

Fotografia:

Carlo Di Palma

Edição:

Ruggero Mastroianni

Figurino:

Piero Gherardi

Guarda-Roupa:

Mayer

Maquiagem:

Otello Sisi

Efeitos Sonoros:

Guido Ortenzi, Mario Morigi

Efeitos Especiais:

Armando Grilli

Pais:

Itália, França, Espanha

Nota:

7.8

Filme Assistido em:

1967

Elenco

Vittorio Gassman

Brancaleone da Norcia

Catherine Spaak

Matelda

Folco Lulli

Pecoro

Gian Maria Volonté

Teofilatto dei Leonzi

Maria Grazia Buccella

A viúva

Barbara Steele

Teodora

Enrico Maria Salerno

Zenone

Carlo Pisacane

Abacuc

Ugo Fangareggi

Mangold

Gianluigi Crescenzi

Taccone

Pippo Starnazza

Piccioni

Luigi Sangiorgi

Manuc

Fulvia Franco

Luisa

Tito García

Filuccio

Joaquín Díaz

Guccione

Luis Induni

Luigi di Sangi

Carlos Ronda

Enrico di Andrea

Juan C. Carlos

Aldo di Scaraffone

Alfio Caltabiano

Arnolfo Mano-di-ferro

Philippa de la Barre de Nanteuil

Isadora

Prêmios

Sindicato dos Jornalistas Críticos de Cinema, Itália

Prêmio Fita de Prata de Melhor Fotografia

Prêmio Fita de Prata de Melhor Figurino

Prêmio Fita de Prata de Melhor Trilha Sonora

Indicações

Festival Internacional de Cannes, França

Prêmio Palma de Ouro (Mario Monicelli)

Sinopse

Um bravo cavaleiro parte da França para tomar posse das terras a que tem direito. No caminho, é assaltado e assassinado por um grupo de foras-da-lei que, de posse da escritura que o cavaleiro carregava, decidem se apossar das referidas terras.

Para isso, eles necessitam de alguém que consiga se passar pelo cavaleiro morto e acabam encontrando a pessoa perfeita no atrapalhado Brancaleone.

Começa, assim, uma grande aventura, onde Brancaleone, no lombo de um pangaré chamado Aquilante, e seus homens enfrentam os mais diversos perigos: a peste negra, os sarracenos, os bizantinos e bárbaros de toda espécie.


TRAILER
http://www.youtube.com/watch?v=OjeQMBuSjOU

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Situação Alarmante


Embora pareça uma platitude, o ministro da Educação, Fernando Haddad, não deixa de ter razão quando diz que o desempenho dos estudantes brasileiros em avaliações internacionais deve ser visto em "perspectiva histórica". De fato, ao longo do século 20, enquanto um número cada vez maior de países investia pesadamente em educação, "o Brasil custou a despertar para o assunto", recorda o ministro. O problema é que o País não só acordou tarde - o pleno acesso ao ensino fundamental foi obtido apenas na segunda metade da década passada -, como ainda não acordou de todo, se a condição de vigília for medida pela qualidade da educação.

Esta continua longe do mínimo satisfatório, assim como os índices de evasão escolar e o porcentual de estudantes em séries aquém de sua idade. É verdade que os números já foram piores, mas isso não pode servir de consolo. Sem querer negar os progressos alcançados, o patamar em que se encontra o ensino brasileiro é uma chaga social e um freio ao desenvolvimento nacional na era da informação. Nesses dois sentidos essenciais - a educação de qualidade como direito da população e imperativo para uma economia impulsionada pela inovação tecnológica - a metáfora do copo meio cheio e meio vazio não se aplica. A metade vazia é "mais igual" do que a metade cheia.

Tomem-se os resultados de 2009 do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em inglês), iniciado em 2000 e repetido a cada triênio. Os exames, de que participam os 34 países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e 31 nações convidadas, medem a aptidão dos estudantes de 15 anos na sétima série em leitura, matemática e ciência, cada vez com ênfase numa dessas áreas. Da última versão do teste, participaram 20 mil brasileiros. Numa escala de 0 a 1.000, tiveram em média 412 pontos no quesito leitura, 386 em matemática e 405 em ciência. Ou, respectivamente, 4,8%, 4,3% e 3,8% acima das marcas de 2006.

A contar de 2000, apenas dois países (o minúsculo Luxemburgo e o vizinho Chile) avançaram mais do que o Brasil. O relatório da OCDE considerou "impressionante" a evolução do País, agora o 53.º no ranking de leitura e ciência, e o 57.º dos 65 participantes em matemática. Nada a comemorar, sobretudo quando se vê que praticamente a metade dos alunos brasileiros tirou as notas mais baixas em leitura, pouco mais da metade ficou nos mesmos patamares em ciência, assim como perto de 70% na prova de matemática. Apenas 2 em cada 100 tiveram "alto desempenho", na classificação do Pisa, em qualquer das áreas avaliadas. A China (mais especificamente Xangai) lidera nas três modalidades. Os números exprimem uma situação alarmante.

O típico estudante brasileiro naquele grupo de idade sabe ler, mas não entende o que lê - as ideias implícitas nos textos lhes escapam. O padrão se repete em ciência: a maioria entende o óbvio, mas é incapaz de lidar com os conceitos básicos. Em matemática, apenas os problemas mais simples são resolvidos. O baixíssimo nível, adverte a OCDE, representa uma barreira insuperável à aprendizagem em anos futuros. É, por sinal, o que mostra a experiência empírica: as nossas faculdades estão cheias de pessoas com sérios problemas de expressão e compreensão; as profissões também.

As deficiências vêm do berço, por assim dizer. As crianças brasileiras começam a estudar mais tarde (aos 7,4 anos em média) do que as chilenas ou peruanas, por exemplo, para ficar na América Latina. E o número de horas por semana dedicadas ao estudo é também inferior. Além disso, 40% dos alunos repetem pelo menos um ano durante a sua vida escolar. Na relação da OCDE, o Brasil só ganha da Tunísia e de Macau nesse quesito. Mas o maior problema singular do sistema educacional brasileiro é a capacitação insuficiente dos professores, reflexo direto de seus baixos salários e da erosão continuada do seu prestígio social.

Nesse particular, o relatório da OCDE contém duas perguntas embaraçosas para o Brasil: "Como são pagos os professores em comparação com outros trabalhadores de alto nível?" e "Você gostaria que o seu filho fosse professor?"


(*) Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101209/not_imp651418,0.php

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Governo estuda regular conteúdo de rádio e TV


Governo estuda regular conteúdo de rádio e TV

Anteprojeto para o setor propõe criar agência com poder de multar emissoras

Novo órgão substituiria a Ancine; proposta, que será entregue a Dilma, ainda veda que políticos controlem radiodifusão

ANDREZA MATAIS
DE BRASÍLIA

A primeira versão do projeto do governo para o setor de telecomunicação e radiodifusão prevê a criação de um novo órgão, a ANC (Agência Nacional de Comunicação), para regular o conteúdo de rádio e TV.

A Folha teve acesso à minuta da proposta, batizada de Lei Geral da Comunicação Social. O texto tem cerca de 40 páginas e vem sendo mantido em sigilo.

É resultado do grupo de trabalho criado há seis meses e coordenado pelo ministro Franklin Martins para discutir um novo marco regulatório para o setor.

A nova agência para regular conteúdo substituiria a Ancine (Agência Nacional do Cinema) e teria poderes para multar empresas que veicularem programação considerada ofensiva, preconceituosa ou inadequada ao horário.

O presidente da Ancine, Manoel Rangel, disse à Folha que não tem "opinião formada" sobre a mudança.

O texto prevê ainda a proibição que políticos com mandato sejam donos ou controlem rádio e TV. A atual legislação proíbe apenas que eles ocupem cargos de direção nas empresas.

Não está claro no anteprojeto se a vedação atingiria quem já tem concessões.

Levantamento da ONG Transparência Brasil aponta que 160 parlamentares têm concessões de rádio e TV.

O ministro já afirmou que o governo Lula não vai encaminhar o projeto ao Congresso, e sim entregá-lo a Dilma Rousseff como sugestão.

Caso Dilma decida enviar a proposta ao Congresso, o texto pode sofrer alterações e passar por consulta pública. Se a lei for aprovada, o funcionamento da agência será detalhado em decreto.
Na semana passada, Lula disse, em entrevista, que Dilma fará a regulação.

O processo de outorga de novos canais ou renovação também passará pela nova agência, além do circuito Ministério das Comunicações-Congresso, e se tornaria mais transparente, com o passo a passo publicado na internet.

A Folha apurou ainda que a proposta incorpora vários pontos do PL 116, que cria novas regras para o mercado de TV por assinatura e de conteúdo audiovisual, mas não trata de regras para cumprimento do limite de participação de capital estrangeiro nos meios de comunicação.

Será mantida a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que cuida de questões mais técnicas, como a elaboração de planos e distribuição de canais.

Para o governo, a agência não significa censura, porque o conteúdo será analisado depois de veiculado.

Representantes do setor, porém, avaliam que a proposta abre brechas para cercear jornalismo e dramaturgia. Além disso, dizem, a Constituição já prevê punição para os abusos.
A criação da agência para regular conteúdo tem apoio de entidades que defendem o "controle social da mídia".

(*) Fonte: http://brasilacimadetudo.lpchat.com/index.php?option=com_content&task=view&id=10003&Itemid=1

(*) Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po0712201002.htm

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010


Ola hoje farei minha primeira postagem sobre filmes, o primeiro que eu escolhi é um filme que me atraiu muito pelo trailer, A REDE SOCIAL.


Esse é um filme interessante, mas é um daqueles filmes em que o trailer é mais legal que o filme.
Ele conta história da rede social facebook, que foi criada por Mark Zuckerberg em 2004. Mas antes de falar do filme, prefiro me atentar a própria história do Mark, por que alguem ficar bilionario em menos de um ano aos 20 anos de idade é muito legal.
Essa do tipo história, que se vendem em livro e palestras motivacionais, onde se você é um nerd você fica feliz com possibilidade de ser alguem muito importante na vida.

O filme acontece em torno do processo judicial imposto por Eduardo Saverin, ex diretor finaceiro e co-fundador do facebook, e ex melhor amigo Mark, por te-lo tirado da empresa após ele ter dado o capital inicial para empresa.
A trama é interessante envolvente, mas como próprio autor do filme reconhece, nao é um fime biagráfico, entao perde um pouco a graça.Um exemplo disso é no filme o autor deixa implicito que Mark cria o facebook para conquistar uma ex namorada, e o Mark em uma entrevista sobre o filme, corrige e informa que ele sempre namoro a mesma garota desde antes do facebook.
Algumas partes de filme ficam um pouco confusas, por que é feito em cima de vários relatos sobre os acontecimentos, entao se você não prestar atenção se perde.

Mas de qualquer forma é um filme bem montado e inspirador, não vale pena ir no cinema, mas voce pode esperar sair em dvd e alugar.

Opulencia e miséria - Laura de Mello Souza -- resenha


OPULENCIA E MISERIA DAS MINAS GERIAS
Laura de Mello Souza

Próximo da Ilha das Sete Cidades e de tantas outras que povoaram o imaginário feudal, figurava a misteriosa ilha Brasil, de posição misteriosa, situada em algum lugar do Atlântico.
Depois de descoberta a costa ocidental da America que ficou conhecido por fim como Terra o Brasil, continuou sendo um lugar de muitas imaginações e teorias. Os filósofos da igreja diziam que aqui era o paraíso terrestre, enquanto outros, já atribuíam características mais negativas a nova terra descoberta, diziam que America era um continente inferior que não tinha em sua fauna grandes mamíferos europeus, pelo contrario tinha reptes e os insetos.
E era nesse ambiente estranho e atraente que se alimentava lendas como a de Eldorado, que foi por muito tempo alimentado pelos índios que dizia existir montanhas formadas de ouro puro, difícil era sua localização, ora mais pro norte outra no sul.
Foi em 1545 que os espanhóis encontraram seu Eldorado em Potosi, assim alimentado o mercado europeu de ouro e prata. Na Europa acabava o ouro, e foi 4 anos após a descoberta dos espanhóis que instalava-se na Bahia o governo geral e intensificava a busca do ouro chamada de entradas que procurava ouro na Bahia, Sergipe e Ceara, tudo patrocinado pela coroa.
Foi nesse clima que os paulistas que tinha um tipo físico mestiço de português com índios eram chamados de mamelucos, que já acostumados com vida no mato, vão serão adentro em busca do “remédio para sua pobreza”, buscando o Peru no Brasil.
O grande marco na corrida paulista pelo ouro foi à viagem de Fernão Dias, que durou cerca de 6 anos, durante essa jornada foram-se desertando muitos de seus companheiros, e o velho Fernão chegou a executar um filho bastardo que havia tentado conspirar contra ele. Dizem que chegou a vender toda a prata da sua casa para continuar na sua busca. Ate que em 1681, pensou ter encontrado as pedras preciosas, morrendo logo em seguida. Essas pedras encontradas não erma preciosas tratavam-se de turmalinas. Por não ter encontrado nada de precioso a viagem de Fernão Dias não trouxe grade interesse da coroa, sua importância foi apenas ter desvendado grande parte do sertão das Gerais.

O primeiro momento da mineração nas minas gerais, veio em 1963 com Antonio Rodrigues Arzão, que se deparou com um ribeiro que lhe pareceu conter cascalho aurífero, Arzão que já tinha experiência na atividade mineradora paulista, conseguiu extrais três oitavos de ouro, sendo obrigado interromper o trabalho devido aos ataques dos índios da região. Ao voltar a São Paulo comunicou sua descoberta a Bartolomeu Bueno da Silveira, sertanista veterano que já havia encabeçado muitas expedições, Bueno não perdeu tempo organizando uma bandeira e descobrindo ouro em Itaverava.
A noticia logo se espalhou, e o rei, D. Pedro II de Portugal determinou que o governador da capitania do Rio de Janeiro fosse a São Paulo verificar a veracidade das informações, e meios adequados de exploração das novas minas.
Unido ao entusiasmo paulistas mamelucos se lançaram a busca de novos ribeirões auríferos. Levas sucessivas de paulistas se concentraram ao longo dos ribeirões: Miguel Garcia e seus companheiros no Gualaxo do Sul (1694), na mesma época Belchior da Cunha Baregão e Bento Leite da Silva começavam a catar ouro em Itacolomi. A partir de 1698 quando Antonio Dias de Oliveira encontrou as formidáveis minas de Ouro Preto, que começou a ocorrer uma quantidade maior de pessoas às Minas.
Esse primeiro momento das Minas de Ouro foi marcado por muitos tumultos, crimes e crises generalizadas de fome e de carestia de alimentos. De São Paulo vieram aventureiros em busca de riqueza fácil, no Rio de Janeiro muitos navios foram abandonados pela tripulação, cansados de longas viagens e à procura de ouro.
Desesperados, os comandantes recorriam ás autoridades locais reclamando da situação critica, com os soldados das guarnições, que desprezavam o soldo garantido deixavam as praças a mercê de piratas e iam à busca de ouro. A deserção de soldados tomou proporções tão alarmantes que o rei reconhecendo a dificuldade em deter as fugas, que ordenou que todos que fossem capturados tivessem a pena de galés, trabalharem a força na construção de fortificações, já os que não desertassem e fosse bons soldados teriam a licença a cada três meses para irem às Minas buscar seu pouco de ouro.
A migração foi tão grande que segundo dados da coroa cerca de 10 mil indivíduos deixaram anualmente Portugal destino colônia nos primeiros 60 anos.
Só que a maioria de todos esses imigrantes que chegavam às minas tinha uma visão completamente diferente que imaginavam com o grande fluxo de individuo que teve em minas ela não conseguiu se prepara para comportar tanto movimento, por tanto a roças ainda não estavam preparadas para alimentar tanta gente.
Nos anos de 1697-98 e de 1700-1 ocorreram crises de fome que chegaram a tingir proporções catastróficas, os mineiros morriam de fome “com uma espiga de milho na mão sem terem outro sustento” como disse o jesuíta Antonil. Devido a essa escassez de alimentos os poucos que chegavam, vinham super inflacionados alcançando preços fantásticos. Os gatos também eram vendidos a preços absurdos devido à grande quantidade de ratos que tinham nos arraias auríferos; a documentos que menciona índios comendo bichos de taquara, atirados vivos na água fervendo, pois uma vez mortos era um “veneno refinado”.
A fome provocou o abandono de arraiais, os moradores que desertavam davam origem a novos arraiais, então as lavras auríferas passaram a ter roças de mantimentos, procurando-se não mais descuidar das plantações e da criação de animais domésticos.
Para resolver esse problema de abastecimento das Minas articularam três principais centros comerciais São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Bahia. São Paulo fornecia milho, marmelada, frutas em geral. Rio de Janeiro fornecia escravos africanos, e produtos de luxo como pelúcia, louças, vidros. De Salvador viam os escravos da áfrica e das regiões açucareiras do nordeste. Bahia fornecia animais como o boi, e também roupas, tecido, sal e ferro.

As minas eram formadas por dois grupos: o dos paulista, formados pelos descobridores dos primeiro ribeirões; e dos emboabas, que agrupavam portugueses e colonos vindos de regiões outras que não São Paulo, maior parte Bahia. Paulistas se achavam detentores de cuidados especiais e assim hostilizavam os emboabas.
A história do confronto desses dois grupos é obscura, um dos estopins pode ter sido o lucro demasiado de alguns emboabas através do comércio, e assim gozar de grande influencia na região. Manuel Nunes Viana foi um grande personagem nessa historia, Nunes veio da Bahia ainda pequeno junto com pai, depois de adulto conseguiu construir grandes arraiais ao longo do São Francisco, e se associou a comerciantes do recôncavo assim servindo de intermediário na venda de mercadoria às minas.
Uma série de incidentes fez com que o confronto se tornasse inevitável, em 1707 dois chefes paulista foram linchados por emboabas no arraial novo. Essa confusão envolveu o chefe dos emboabas o Manuel Nunes Viana que desafiou o poderoso paulista Jerônimo Pedroso para um duelo, esse episodio cresceu a raiva entre Nunes e Borba Gato, que era Guarda Mor das Minas.
No final de 1708 o chefe dos emboabas Manuel Nunes foi aclamado governador interino de todas as minas. A maior parte das minas então estava sob controle de emboabas, e os paulistas confinados a região do rio das Mortes. Bento Amaral Coutinho dirigiu-se então a fim de desalojar os paulistas do seu ultimo reduto, não houve choque significativo os moradores se retiram sentido São Paulo e Parati jurando vingança. Uma tropa composta em sua grade maioria por índios foi cercada por Bento do Amaral, que prometeu clemência caso largasse suas armas, massacrou todos os indivíduos do grupo: este episódio é conhecido como Capão da Traição.
Antonio de Albuquerque Coelho de Carvalho é eleito governador do Rio em 1709, o novo governador partiu para as minas a fim de apaziguar a relação entre emboabas e paulistas. Nas minas não encontrou resistência nenhuma, então restava se entender com os paulistas. No caminho para o rio encontrou um destacamento paulista, segundo fontes o encontro foi tenso, falando em tupi os paulista chegaram a cogitar liquidar o representante real. Os paulistas se recusaram a recuar, ao chegar às minas tiveram um monte de confrontes sem importância ate que os paulistas recuaram, esse foi o ultimo episodio do conflito.


Para poder explorar as minas coroa então decide dividir as terras, ela dividia da seguinte forma: a primeira de todas cabia ao descobridor do ribeiro, que tinha o direito de escolher o local; segundo era destinada à Fazenda Real, sendo vendida pelo maior preço em um leilão público; a terceira também era dada ao descobridor para explorá-la e nela efetuar trabalhos de mineração; as demais eram distribuídas entre os pretendentes, conforme o numero de escravos. Quem tinha mais escravos ganhava mais datas.
Dessa forma a coroa acreditava que fazia uma divisão justa expressa no quinto capitulo do Regimento, constava que se devia agir de modo a que “todos, assim, ricos, como pobres. Fiquem acomodados, e extraiam ouro”. Ouvidor Geral da Comarca do Rio das Mortes notou muitos anos depois que acontecia exatamente o contrario, os ricos fazendo “seleiros de terras minerais, em prejuízo dos Reais Quintos. Não era pobreza dos pequenos mineradores que doía para a metrópole, mas o fato de ser impossível aos pobres pagar pesados tributos.
Antonio de Albuquerque foi o primeiro a lançar impostos sobre o ouro, então definiu a cobrança por bateia, onde cada escravo que trabalhasse nas minas devia pagar uma determinada quantia ao Fisco, fazendo que isso correspondesse ao quinto. Esse sistema criou muita revolta, pois pagavam igual aos que extraiam e os que não extraiam ouro, então Albuquerque adotou um novo sistema, onde o quinta era extraído apenas quando deixa a capitania.
O sucessor de Albuquerque resolveu fixar 30 arrobas a contribuição anual, esta cota corresponderia ao quinto; rei não concordou determinado novamente à cobrança por bateia.
Em 1718 as Câmaras assumiram a responsabilidade de pagaram anualmente 25 arrobas, e a coroa que cobrassem os direitos sobre a entrada de gado, escravos e qualquer tipo carga de capitania.
Entretanto nas escondidas os funcionários coloniais proviam tudo para que fosse instala as Casas de Fundição; para onde deveria encaminhar todo ouro em pó, então após serem fundidos era retirado 20% correspondente ao quinto real, e recebiam um carimbo para mostrar que dali já foi retirado o quinto da colônia, então esse procedimento foi nomeado quintar o ouro.
O primeiro grande sinal de insatisfação ante o fisco veio com levante ocorrido em Vila Rica no ano de 1720. Em julho de 1719, Assumar anunciara o funcionamento das Casas de Fundição para daí um ano, seguido de uma série de boatos de manifestações e revoltas.
Pela primeira vez o governador contava uma tropa regular recém-criada, intitulada os dragões provenientes do norte de Portugal. Essa “elite” foi de grande utilidade nos primeiros momentos, conseguindo sufocar os tumultos.
Mas em junho de 1720 em Vila Rica ocorreu um levante de grandes proporções, articulado pelos principais senhores de lavras da capitania; entre eles Pascoal da Silva Guimarães imigrante que enriquecera com a mineração, e também Manuel Mosqueira da Rosa, antigo ouvidor da Comarca da Vila Rica, e o líder do levante era o minhoto Filipe dos Santos. Dizem que sob sua liderança chegaram a planejar a morte do governador.
Tendo seu motim minado Filipe Santos foi sentenciado á morte, seu corpo foi em feito em quartos, e foi exposto á beira das estradas, fincando sua cabeça no pelourinho da vila.
Após a tragédia de Filipe dos Santos, os mineiros concordaram em pagar anualmente 37 arrobas de ouro. Mas durou pouco em 1725 o novo governador colou em funcionamento a casa de fundição.

A estrutura econômica colonial era simultaneamente escravista e mercantil. Como já se viu o critério de concessão para as datas colaborava para a economia fosse mais escravistas, afinal quantos mais escravos mais datas se conseguia, assim monopolizando as terras para os grandes senhores. Par estes senhores o luxo e ostentação, era uma maneira de status, era um instrumento de dominação.
Com desenvolvimento da exploração, desenvolve-se também o aparelho burocrático e militar.
Mesmo com as Minas gerando muita riqueza e representando cerca de 70% da economia da colônia, poucos eram os que faziam fortuna através da mineração, devido à escassez de alimentos e o excesso de procura tudo que chagava as Minas chegava inflacionado, fazendo com que o ganho fosse para subsistência.
No final do período minerador senhores se viram impossibilitados de manter tantos escravos, então se tornou comum o recurso da alforria, pois apenas uma pequena parcela de escravos eram designados a atividade domésticas, e com a alforria o senhores se viam livres da responsabilidade de alimentar os escravos.
Apesar de toda miséria das Minas a formação social foi menos desigual á de região açucareira, mas essa comparação não é muito justa porque nas minas essa igualdade era nivelada por baixo, uma expressão resume essa “igualdade”; um maior número de pessoas dividiam a pobreza.
Nesse ambiente era rara as pessoa que conseguiam construir riquezas, e quando conseguiam geralmente era através do comércio a exemplo de Amaral Gurgel, que construíra sua riqueza no monopólio do gado e fornecimento de carne para açougues.
Um dos poucos homens a construírem riqueza através da mineração que me 1739 o João Fernandes de Oliveira conseguiu o mais alto contrato da colônia, ele conseguia extrai quantidades fantásticas de gamas preciosas. Mas para isso ele se usava de meios muito arriscados, fazendo com que seus escravos fossem a lugares perigosos fazer a mineração, alguns por vezes chegavam até morre, fato que pouco importava.
Devido a essa e outras irregularidades como, por exemplo, cumplicidade com contrabandistas, que coroa suspende seu contrato. Anos mais tarde ele morre deixando uma das maiores fortunas que a coroa já teve conhecimento.
A camada dominante de funcionários da administração de Minas era geralmente conferida a pessoas de famílias nobres, que apesar do nascimento raramente possuíam fortunas. Por minas ser uma parte muito lucrativa do império seus governantes eram escolhidos com cuidado, o que não os impedia que se entregasse a corrupção.
A classe intermediaria das Minas eram formadas por pessoa de todas as áreas, nos primeiros tempos praticamente toda a população participava da mineração. Com tem aparece a figura do faiscador, que eram geralmente escravos que cuidavam garimpar a terra já removida.
Tinha também a figura dos roceiros que era os responsáveis pela plantação de mandioca, feijão, arroz, mas para isso o espaço era muito pequeno, pois toda a terra era usada para mineração, então as poucas terras que sobravam eram disputadas, chegando a alguns casos a morte. É nesse ambiente que ganha espaço a criação de porco, que não precisava de muito espaço e sua criação era muito barata.
Outras atividades comum na região era a de carpinteiros, alfaiates, sapateiros, que em geral eram pobres, há documentos e cartas que mostram que quando eles eram penalizados não tinha condição de pagar sua multa.
Uma figura importante era a dos padres que tinham o passe livre nas Minas, após algumas acusações de contrabando a coroa passa aprestar mais atenção nos cléricos. Alias muitos dos padres não tinham uma vida exemplar, existem relatos de padres que jogavam cartas, chegando a ganhar cavalos dos parceiros, outros já cediam ao encanto do sexo, não era raro os que traziam “tia”, “irmã”, para ajudar nos afazeres de casa e aliviar um pouco a solidão.
A camada pobre era quase quem em sua totalidade formadas negros, geralmente negros alforriados que após alforria não tinham do que viver e ficavam perambulando nas ruas. Os mais sortudos moravam em cortiços com varias pessoas, era um ambiente complicado onde não havia regra, existem relatos de casos incestuoso e de pedofilia. Devido ao ambiente desorganizado era comum mães solteiras, geralmente os homens fugiam, ou não conseguiam casar devido às taxas da que igreja cobrava. Com uma vida tão difícil não era raro o caso de negros que voltavam ser escravos por engano ou má fé.
O contrabando não era exclusividade dos brancos, os negro também faziam geralmente negras, que ficaram conhecidas como “negras do tabuleiro”, que trocavam comida por ouro ou pedras preciosas. E tinha também os negros que faziam contrabando, estes traves da figura do faiscador que era uma atividade proibida para negros livres, que quando pegos eram mortos e tinham sua cabeça exposta em praça publica.
Nas Minas tinham vadios, que coroa usa muitos desses como carne de canhão na guerra contra Espanha pela posse da Colônia do Sacramento, o negros faziam isso por troca de um pouco de comida e um lugar para dormir.
A população escrava foi grande nas Minas, em 1742, o contingente escravo representava pouco mais de 70%, num total de 266.868 habitantes. Ás vésperas da Inconfidência, em 1786, os homens brancos eram um numero de 65.664, enquanto pardos chegava, a 100.685 e os escravos atingiam a cifra de 196.468. Mestiços e negros ultrapassavam 80% da população.
E assim a formação social das minas apresentava uma camada pequena de homens ricos e poderosos; uma camada média de artistas artesões, mineradores que viviam com dificuldade, mas tinham o suficiente para viver; e uma extensa camada de homens livres pobres, quase desocupados ou entregues a atividades intermitentes; uma camada maior de todas, de escravos que, antes sua misera condição de vida, recorriam, com freqüência á fuga, ao roubo, á violência.

Avantasia-The Wicked Symphony (2010)

Aproveitando a turnê "The Metal Opera Comes to Town" da banda que posto hoje, que inclusive passará pelo Brasil ainda esse mês, disponibilizo aqui um de meus discos favoritos não só da banda como do heavy metal em geral.

Avantasia é o projeto paralelo do vocalista/compositor/baixista/produtor Tobias Sammet conhecido inicialmente pela sua banda Edguy que, após lançar em 1999 o disco "Vain Glory Opera" com algumas participações especiais, inspirou Sammet em montar uma metal opera lotada de amigos e ídolos do heavy metal e hard rock, aos 20 e poucos anos do líder da banda é lançado o debut "The Metal Opera pt 1" seguido da segunda parte dois anos depois, os discos contam com nomes como Michael Kiske (ex-Helloween), Bob Catley (Magnum), Timo Tolkki (Stratovarius), Andre Matos (Viper, Angra, Shaman, Virgo, solo) e muitos outros.

Pelo fato do Avantasia ser formado apenas por músicos com renome no estilo e com suas próprias bandas era inviável fazer shows da banda, até que em 2008 Sammet alavanca o Avantasia de forma que se tornasse equivalente à sua banda principal, com o disco e a turnê "The Scarecrow" foi revolucionado esse sub gênero em particular do metal, o álbum conta com o baterista Eric Singer (Kiss, Alice Cooper, Black Sabbath), o guitarrista e produtor Sascha Paeth (Heaven's Gate, Virgo), o próprio Sammet no baixo além de novos vocalistas como Alice Cooper, Roy Khan, Amanda Sommerville e Jorn Lande, esse último consolidado inclusive entre nomes gigantescos dos anos 70 como o melhor vocal da atualidade, "The Scarecrow" traz consigo uma história bastante original no que concerne aos discos conceituais de heavy metal, completando uma trilogia da história com os discos "The Wicked Symphony" e "Angel of Babylon" lançados simultaneamente esse ano, tendo assim, tal como nos "Metal Opera" personagens representados pelos vocalistas.

"The Wicked Symphony", o segundo da trilogia, é assim como os outros, um disco bem variado dentro de seus limites, com baladas sentimentais fantásticas tais como "Runway Train" e "Blizzard on a Broken Mirror", músicas absolutamente épicas como a faixa título, a violenta "Scales of Justice" que conta com a temebrosa voz de Tim Ripper Owens (Judas Priest, Iced Earth) e outras que puxam mais para o hard rock, como é o caso de "Dying for an Angel" que traz Klaus Meine (Scorpions) e mais um de vários fantásticos duetos entre Tobias Sammet e Jorn Lande- "Forever is a Long Time".

Tracklist com os respectivos vocalistas:

# "The Wicked Symphony" - 9:28 (Tobias Sammet, Jorn Lande e Russell Allen)
# "Wastelands" - 4:44 (Tobias Sammet e Mchael Kiske)
# "Scales of Justice" - 5:04 (Tim Ripper Owens)
# "Dying for an Angel" - 4:32 Tobias Sammet e Klaus Meine)
# "Blizzard On a Broken Mirror" - 6:07 (Tobias Sammet e Andre Matos)
# "Runaway Train" - 8:42 (Tobias Sammet, Michael Kiske, Jorn Lande e Bob Catley)
# "Crestfallen" - 4:02 (Tobias Sammet e Jorn Lande)
# "Forever is a Long Time" - 5:05 (Tobias Sammet e Jorn Lande)
# "Black Wings" - 4:37 (Tobias Sammet e Ralf Zdiarstek)
# "States of Matter" - 3:57 (Tobias Sammet e Russell Allen
# "The Edge" - 4:12 (Tobias Sammet)

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Apologia da História ou o ofício de historiador - Resenha


Escrito em cárcere, “Apologia da História ou o ofício de historiador” é o último livro de Marc Bloch, livro este que além de carecer oficialmente de fontes não foi finalizado pelo fato de em 1944, Marc Bloch ter sido fuzilado por Klaus Barbie, pois fazia parte da resistência francesa, ou seja, um intelectual (ou “erudito” nas palavras do próprio Bloch) engajado em seu tempo como o historiador defende neste livro.

A ação do homem no tempo, eis o objeto da história, e o autor estabelece como tal durante o primeiro capítulo desconstruindo a ideia de que o objeto da história seria o passado como afirmara tanto a historiografia tradicional, a Escola Metódica.Ora, o que é o passado e o próprio tempo sem o agente histórico para definir tais elementos?Bloch ainda critica a história dos grandes acontecimentos e grandes nomes.”Há nesse sentido, uma história do sistema solar” ironiza o autor fazendo uma analogia com a astronomia, ainda que os grandes nomes não deixem de ser também agentes históricos.É necessário também, para Bloch, contextualizar o momento histórico, “nunca se explica plenamente um fenômeno histórico fora do estudo de seu momento”, afinal, o homem é fruto de seu tempo como Bloch insiste em deixar claro ao longo do capítulo, sendo assim, é necessário saber as causas de determinadas ações, perceber onde e quando está inserido o agente histórico, e isso se aplica também aos próprios historiadores: “A incompreensão do presente nasce fatalmente da ignorância do passado.Mas talvez não seja menos vão esgotar-se em compreender o passado se nada se sabe do presente.”

Bloch segue desmontando a ideia de história verdade, os objetos de estudo do historiador são demasiados distantes, portanto, não podemos afirmar precisão de conhecimento do objeto estudado.É estabelecido aqui, um princípio científico importantíssimo, um caráter hipotético que mais tarde o filósofo Karl Popper aplicará a todas as ciências em sua teoria do conhecimento, afinal, o conhecimento histórico, tal como o conhecimento científico num todo, se modifica, se aperfeiçoa.Isso inclui para o cientista, assumir a ignorância quando determinado conhecimento se mostra ainda inviável.Segue-se ampliando a noção de fonte, um historiador não deve apenas se ater aos documentos, mas ter também como objeto de análise determinados acessórios que condizem e/ou que estão inseridos no momento histórico estudado, amplia-se nesse sentido, a própria noção de documento além de colocar em contextualização os objetos que auxiliam a pesquisa.Entretanto, é preciso também esclarecer que ao contrário do que diz o positivismo, o documento não fala por si só, tudo depende da posição do historiador enquanto questionador.

Apesar de tamanha importância do agente histórico, da ampliação da ideia de documento e do sugerido zelo pelos relatos, Bloch alerta:

Que a palavra das testemunhas não deve ser obrigatoriamente digna de crédito, os mais ingênuos dos policiais sabem bem.Livres, de resto, para nem sempre tirar desse conhecimento teórico o partido que seria preciso.Do mesmo modo, há muito tempo estamos alertados no sentido de não aceitar cegamente todos os testemunhos históricos.(pág. 89)

Mas é preciso também ser cuidadoso com a incredulidade, o historiador critica também o ceticismo por si só, o ceticismo inerte que não se sustenta, faz no capítulo III uma genealogia da dúvida usada como método crítico na construção do conhecimento além de sua contribuição para o próprio método científico, e a história, sendo uma ciência, deve apropriar-se cientificamente de tal dúvida.Essa dúvida deve se fazer presente no próprio questionamento ao documento, pois o mesmo não se torna menos válido pela falta de veracidade, é preciso saber as intenções, interesses por trás de determinadas falsificações e suas conseqüências.Para Bloch, tais conhecimentos não são menos válidos do que o que se sabe sobre as ações oficiais, legítimas.Bloch indica um uso do método crítico para a história, “a crítica move-se entre esses dois extremos: a similitude que justifica e a que desacredita”.Método esse que também poderá ser usado para distinguir o documento autêntico do falsificado além de trazer à crítica a interdisciplinaridade proposta desde a introdução do livro; utiliza-se (na crítica) a estatística e a lingüística por exemplo.

O próximo passo é refutar a ideia de neutralidade do historiador, usando como exemplo a figura do juiz, questiona se devemos julgar ou compreender, após reflexiva análise sobre o julgamento que historiadores durante muito tempo fizeram, Bloch conclui que devemos nos ater à compreensão, mas sem negar que trazemos conosco nossos preconceitos, nossas convicções e visão de mundo, sem negar, citando Rousseau, que a sociedade nos corrompe, mas aqui uso tais palavras num sentido mais leviano.Bloch ressalta ainda a importância do diálogo com outras ciências e persistindo que ainda que tenhamos uma gama de especialistas para determinado assunto, não poderemos conhecê-lo em sua totalidade.

No capítulo inacabado, o historiador discorre sobre a causalidade na história, retomando tal conceito que fora negado pelo positivismo mas também evitando demasiada preocupação com o assunto visto que a mesma poderia trazer um olhar teleológico.Faz também uma crítica ao positivismo mas reconhecendo seus aspectos que não foram descartados pelos Annales, um deles é estabeler a história como ciência, além de citar durante o livro seus professores da Escola Metódica além de outros historiadores positivistas que trataram de assuntos que o próprio Bloch em seu último livro viria a discutir com mais profundidade.

“Apologia da História” é leitura essencial para a formação do historiador, através deste livro, Marc Bloch amplia a noção de documento, a possibilidade de objetos de estudo e quebra paradigmas conservadores no que se trata de fazer ciência.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Serge Gainsbourg

Serge Gainsbourg (1928 - 1991). Músico, ator, produtor e diretor cinematográfico, foi um dos maiores e mais influentes artistas franceses do século XX. O romance intenso com a atriz e cantora Jane Birkin foi uma das maiores inspirações de Gainsbourg. Desse relacionamento, surgiram canções como Je suis venu te dire e a imortal Je t'aime moi non plus. O casal teve uma filha, a também cantora Charlotte Gainsbourg. Viciado em cigarros, álcool, mulheres e versos com temas polêmicos, colecionou escândalos e amantes durante toda a vida.


Serge e Jane Birkin - 1969


Serge Gainsbourg

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Rio de Janeiro



Apesar de morar em São Paulo, sou carioca e venho acompanhando com muita atenção o que ocorre no Rio de Janeiro, e percebo um certo espírito de bonança após mais de vinte anos de tempestade forte.
Todos felizes, contentes com a ação da policia e com as forças armadas nas ruas. Os programas sobre crimes que tem pela televisão e que fazem muito sucesso comemoram o sucesso da operação na favela da Penha e no complexo do Alemão.
Porem, a que custo isso tudo? Hoje percebo um Rio de Janeiro desmoralizado, ouvindo piadinhas nas filas do banco sobre o Rio.
O Rio de Janeiro foi tomado não apenas por organizações criminosas, mas foi rotulado como o grande problema do Brasil, como se apenas no Rio de Janeiro houvesse problemas.
O Rio de Janeiro é sim uma bela cidade, que atrai turistas do mundo todo, e que vai sediar uma olimpíada (se o Rio de Janeiro DEVE sediar tal evento, depende muito de opinião pessoal), no entanto, a ação da policia veio tarde de mais, afinal há vinte anos o Rio vive este problema.
Enfim, será que o resultado de toda essa ação será duradouro? Desarticular o tráfico não significa acabar com ele, afinal enquanto tivermos usuários, haverá o tráfico.
Há um tempo atrás conversando com um amigo, ele me chamou a atenção para a bandeira do Estado do Rio de Janeiro, que tem em seu centro, uma águia pousada sobre o globo, como se a dominasse.
Deixo uma pergunta no ar. Quem é a águia? O estado? O governo? Ou o tráfico de drogas?

O cafajeste





Confesso que adorei a idéia do blog, é a oportunidade de mostrar algumas coisas que já escrevi, mas não tinha pra quem mostrar.
Nessa semana estávamos conversando na faculdade sobre mulheres, romantismo, quando Daniel disse: eu duvido que mulher realmente goste de canalhas.
A principio eu concordei, depois empolgado com idéia do blog revirei algumas anotações minhas achei esse texto abaixo, que já falava exatamente dessa coisa do cafajeste, eu o terminei, ele fico assim meio confuso, mais leiam e apreciem (ou não).

Vou falar das mulheres eu que mal as entendo, não vou falar das coxas, bundas e seios, falar de uma áurea mais fluida que sempre a percorre, li em um lugar que cabeça de mulher é uma metáfora e de homem e uma metonímia, mulher compõe quadro mentais se montam em conjuntos simbólicos sem fim como a arte, o homem quer começo meio e fim, mais ciência.
Não quero falar de mulher sociologicamente, mas sim de seu sétimo órgão, todas têm uma espécie de ponto G da alma, começo dizendo que as mulheres nunca estão com cabeça no lugar, por isso quer que os homens estejam com a sua no lugar onde elas acham que estão. Não é só exterior de uma mulher que nos interessa, a lingerie também é importante, a cosmética é a cosmologia da mulher.
O termômetro das mulheres é: “estou sendo amada ou não!? Então vem o bocejo em seu rosto entediado, será que ele me ama ainda !?” Elas só pensam nisso, o amor para elas é lugar onde se sentem seguras, geralmente elas não acreditam em nosso amor, quando tem certeza dele, param de nos amar.
Uma amiga me disse, quando um homem me diz, eu te amo perco interesse na hora, a mulher adora homem impalpável, impossível ele ganha uma áurea que as hipnotizam, toda mulher é madame Bobarri, todo canalha é mais amado que um bonzinho.
Mulher não tem critério pode amar toda vida um canalha, vagabundo, e desprezar um devoto, mulher não quer amor a seus pés ela sofre com um canalha, mas isso a engrandece, pois ela tem uma missão; convencê-lo que a ama.
A mulher nunca é corna, é traída e enganada, e vira uma santa para as outras. E homem canalha? Esse também vira um santo dentre o seus, e para elas ganha uma magia incrível de tentar entender porque a sua amiga se deixo levar por aquela barba cerrada e aquela conversa mole? Quando percebe já faz parte do clube.
Só pra finalizar e deixar bem claro, este canalha que cito aqui é antigo canalha, aquele que gosta de mulher acima de tudo, gosta tanto que não é capaz de se prender a uma. E não esse tontos que ganham esse nobre titulo hoje em dia, por beijar 18 mulheres em uma noite que não se lembraram nem do nome dele na enfermaria após seu coma alcoólico.

Para iniciar minhas postagens


Bom para começar minhas postagens, vou citar um cronista incrível do qual sou muito fã, Arnaldo Jabor.
Arnaldo dispensa apresentações, creio que todos já conheçam seu humor incomparavel, e sua sensibilidade em suas cronicas, por isso vou deixar aqui uma sobre o amor, que é absolutamente genial.
Bom sem mais, aqui vai.





Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os
honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes
batendo a porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro
amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem
alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no
ódio vocês combinam. Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo
dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora
implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o
primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos
empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a
menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele
toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama
este cara?
Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais.
Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma
boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e
seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom
saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura
por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas
uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso.
Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de
quem precisa.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Novo no blog

Ola pessoal, boa noite à todos os nossos 7 seguidores.

Estou só pra mostrar que cheguei, ainda não tenho uma post interessante, mas prometo desenvolver algo ainda esse fim de semana.



Ah prometo também trocar essa foto.... em breve

terça-feira, 23 de novembro de 2010

"Os jovens da minha geração, ávidos pela vida, esqueceram de corpo e alma as ilusões do porvir, até que a realidade ensinou a eles que o futuro não era do jeito que sonhavam, e descobriram a nostalgia. E lá estavam minhas crônicas, como uma relíquia arqueológica entre os escombros do passado, e se deram conta de que elas não eram para velhos, mas para jovens que não tiveram medo de envelhecer..."
                
Gabriel García Márquez In Memórias de minhas putas tristes

Joni Mitchell - Blue (1971)

Apesar de não ser muito falada aqui no Brasil, a cantora e poetisa Roberta Joan Anderson, mais conhecida como Joni Mitchell é certamente um dos maiores expoentes da música canadense junto com Rush e Neil Young além de ser referência inegável dentro do folk, tendo feito grande sucesso com seus três primeiros discos (convidada inclusive pra tocar no Woodstock, convite que teve de recusar por conta de problemas pessoais) e se consolidando com "Blue", o melhor de sua carreira.

Como o próprio nome já indica, tata-se de um álbum depressivo, culminado do fim de um relacionamento longo, ainda assim, "Blue" é excelente de se ouvir a qualquer hora.É o mais belo e sincero folk flertando constantemente com o jazz, não é a toa que Mitchell mais tarde trabalharia com Herbie Hancock, um dos maiores nomes do estilo.

Hoje o álbum é premiadíssimo, tendo entrado em diversas listas de melhores álbuns de todos os tempos de revistas como Time e Rolling Stone, sendo que nessa última, a lista foi de 500 álbuns com "Blue" na 30º posição.No começo dos anos 90 a última música deste petardo ganhou uma versão do Legião Urbana no Acústico MTV.Recomendadíssimo a qualquer amante da boa música.

1-All I Want
2-My Old Man
3-Little Green
4-Carey
5-Blue
6-California
7-This Flight Tonight
8-River
9-A Case of you
10-The Last Time I Saw Richard

Link p/ download nos comentários


domingo, 21 de novembro de 2010

Pra não dizer que não falei das flores.

O post do meu amigo Daniel, sobre a bela musica do Chico Buarque sobre a revolução dos cravos, me lembrou a bela musica de Geraldo Vandré “Pra não dizer que não falei das flores”, que virou de certa forma, um símbolo contra a ditadura militar brasileira.

Esta musica, ficou em segundo lugar no Festival Internacional da Canção de 1968, (perdendo o titulo para a musica “Sabiá”, de Tom Jobim e Chico Buarque), foi proibida durante anos pela ditadura militar brasileira, que julgava a musica ofensiva ao governo, principalmente nos versos:


Há soldados armados, amados ou não.
Quase todos perdidos de armas na mão.
Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição.
De morrer pela pátria e viver sem razão.    


Imagina a raiva dos militares ao ouvir esta musica não?

A primeira artista que interpretou a canção após o período que ela esteve censurada, foi Simone, em 1979.

O duplo sentido no titulo da um ar de ironia na musica, pois ele não falaria apenas da situação social que vivia o Brasil, mas alem disso tudo, falaria das flores, uma forma sutil de alfinetar a censura da liberdade de expressão vivida no Brasil.

Com rimas fáceis, de fácil memorização, ela era cantada nas ruas, quase que virando um  hino, conhecido atualmente no país todo, e transformado pelo povo brasileiro em um símbolo de luta contra a ditadura.


Letra Completa:

Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Nas escolas nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantado e seguindo a canção

REFRÃO

Vem vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer (2x)

Pelos campos a fome em grandes plantações

Pelas ruas marchando indecisos cordões
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo o canhão

REFRÃO

Vem vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer (2x)

Há soldados armados, amados ou não

Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição:
De morrer pela pátria e viver sem razão

REFRÃO

Vem vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer (2x)

Nas escolas, nas ruas, campos, construções

Somos todos soldados, armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não

Os amores na mente, as flores no chão

A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição

REFRÃO

Vem vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer (3x)


Autor: João Misael

sábado, 20 de novembro de 2010

"Tanto Mar", uma saudação de Chico Buarque à Revolução dos Cravos

Constextualização Histórica

É abril, dia 25. O ano, 1974. Estudantes e militares tomam as ruas de Lisboa... É o fim da longo ditadura salazarista, ou de um facismo à portuguesa. Não se sabe ao certo o porquê da escolha do cravo como símbolo da revolução, mas isso pouco importa. Nesse dia, estudantes, mulheres e crianças ofereciam as rosas aos militares, que as colocavam nos canos de suas armas. Mas enquanto Portugal era sacudido pelo ideal revolucionário, o Brasil ainda vivia a ditaura militar, sob o comando do general Ernesto Geisel.

A composição original

A letra original de "Tanto Mar" foi censurada pelo governo brasileiro. Nela, Chico Buarque escreve no presente, mostrando que a ideia de revolução está acontecendo. Chico se refere à uma festa, a Revolução dos Cravos. No fim da música, Chico termina com alguém no Brasil pedindo urgentemente um pouco do cheiro do alecrim (especiaria e símbolo dos descobrimentos portugueses no Oriente) por exalar um aroma agradável, para ajudá-lo a respirar melhor na dificil situação que seu país se encontra. O governo brasileiro proibi a canção, com medo de que a mesma pudesse instigar um movimento revolucionário aqui, influenciado pelos ideais lusitanos.

Letra original:

Sei que está em festa, pá
Fico contente
E enquanto estou ausente
Guarda um cravo pra mim
Eu queria estar na festa, pá
Com a tua gente
E colher pessoalmente
Uma flor no teu jardim

Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei, também, que é preciso, pá
Navegar, navegar
Lá faz primavera, pá
Cá estou doente
Manda urgentemente
Um cheirinho da alecrim

A versão permitida

A versão da música permitida foi lançada após 1975, ano em que um golpe militar pôs fim ao PREC (Processo Revolucionário em Curso) em Portugal. A Revolução agonizava... Era o fim de abril em Portugal...
Nessa versão, Chico muda o objetivo inicial. A música nos mostra uma espécie de conversa travada entre um português no Brasil e um português em Portugal. Com um caráter nostálgico, trata a revolução como acontecimento passado, distante, agora apenas na memória. Mostra a saudade do português de sua terra, de sua gente. Mas mesmo assim, Chico Buarque consegue deixar expresso alguma esperança nos últimos versos.
O sonho continuaria vivo...
Letra da versão permitida:

Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente
Ainda guardo renitente
Um velho cravo para mim
Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente
Esqueceram uma semente
Nalgum canto de jardim

Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei, também, quanto é preciso, pá
Navegar, navegar
Canta primavera, pá
Cá estou carente
Manda novamente
Algum cheirinho de alecrim

Autor: Daniel Arnoni

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Filme: Je Vous Salue, Marie - Ano: 1984 / Dir. Jean-Luc Godard - França

No filme Je Vous Salue, Marie, lançado em 1984, o diretor Jean-Luc Godard reconstrói a história da Virgem Maria nos tempos modernos. O filme tem como objetivo principal tentar apontar o dilema no qual viveria Maria nos dias de hoje. Na produção, Maria é uma jovem estudante, que trabalha no posto de gasolina de seu pai, e namora José, um taxista. O anjo Gabriel, nada parecido com o da história original, é um homem comum e impaciente, que vem anunciar à Maria sua missão. Maria, uma jovem virgem, ao ficar grávida, provoca a desconfiança em José, que intrínseco à mentalidade de seu tempo, não consegue aceitar tal ideia. Maria encontra-se sozinha para enfrentar o seu destino em meio à indiferença e o ceticismo que caracterizam o mundo moderno, tendo que lidar com sua vida na condição de pessoa comum e com a sua missão de gerar o filho de Deus. Godard, ao atualizar o acontecimento, procura recolocar a problemática da mensagem cristã no mundo de hoje.
Ao longo da película, Maria trava um diálogo consigo mesma, uma luta psicológica com sua crenças e a relação do corpo e espírito. Durante a gestação, Maria tem dificuldades de se encontrar. Por vezes, aceita sua missão. Em outras, com um sentimento de revolta, critica as ações divinas, travando uma espécie de discussão com Deus.
Maria acaba por "aceitar" sua missão, gerando a criança. José fica ao seu lado, mas em conflito com o menino. Na última parte do filme, e a mais intrigante, Maria reencontra por acaso  o anjo Gabriel. Ao avistá-la, o anjo profere as palavras: "Je vous salue, Marie" (Eu vos saúdo, Maria), e vai embora dirigindo um automóvel. Num breve instante, Maria relembra sua missão. Porém, percebe que essa não cabe mais ao seu mundo, à sua época. Entra no carro, acende um cigarro e se maquia. Maria, nesse intante, volta a ser uma mulher como as outras. Rejeita a condição que lhe foi oferecida. Não haverá assim uma Virgem Maria, e sim uma mulher comum que se juntou à materialidade do mundo.
Suas últimas palavras são: "Eu sou algo de virgem, mas não queria esse ser. Apenas dei meu corpo para a alma que me salvou, E isso é tudo". Com isso, Maria não nega a sacralidade de sua missão, mas deixa claro que foi apenas um canal para ligar o divino ao mundano, ou seja, gerar aquele que, na fé cristã, salvou a humanidade. Foi como devolver um favor, sem dele tirar nenhum proveito.




Autor: Daniel Arnoni